O mosaico, a traquinagem e o documentário

Ambas as torcidas fizeram mosaicos 3D no primeiro RExPA de 2024. Do lado de lá, uma bela homenagem ao turismo receptivo da cidade de Belém. Enquanto isso a torcida do Paysandu exibiu um painel alusivo ao dia em que o ex-jogador Albertinho fez uma traquinagem no estádio do rival 23 anos antes. Preciso fazer um flashback para contar essa história.

Estávamos em 2001. Eu tinha 20 anos, cursava o primeiro ano do curso de direito numa turma vespertina da Unama, nunca tinha assistido um jogo do Paysandu no estádio e o clube fazia uma campanha extraordinária na série B daquele ano. Eu queria muito ir a um jogo do Papão, mas o clube estava invicto nos 12 jogos que fez na Curuzu até então e meu medo era que minha estreia fosse com uma derrota e isso atrapalhasse a bela trajetória do clube.

Embora estivesse invicto no seu caldeirão, o bicola não tinha mais invencibilidade fora de casa, portanto, a estratégia para minimizar a responsabilidade da minha presença na arquibancada seria presenciar uma partida fora de casa.

A oportunidade viria na quarta-feira 14 de novembro. A Tuna Luso mandava seus jogos no Baenão e o jogo contra o Paysandu seria de tarde. Eu tinha uma prova de Direito Internacional que dava pra concluir antes do início do prélio e tive a carona do meu amigo Eduardo, colega de turma, que foi comigo.

Chegamos com o jogo em andamento. Estava lotado e aquele estádio é repleto de pontos cegos. Em dado momento conseguimos nos acomodar perto da linha do escanteio na direção do ataque do Paysandu no segundo tempo. O jogo parecia se encaminhar para o segundo tempo quando a história aconteceu.

O atacante Albertinho fez um gol faltando 7 minutos para o fim do jogo e correu para o outro lado do estádio. Lembra que eu falei que o estádio é mal feito e cheio de ponto cego? Então. Eu não vi o que aconteceu, mas ouvi as explosão da torcida e a confusão que se formou. Ainda teve um segundo gol no finalzinho e Paysandu ganhou da Tuna por 2 a 0. Quando eu cheguei em casa soube que presenciei e não vi um dos momentos canônicos da rivalidade no futebol paraense.

Naquele ano me tornei frequentador assíduo dos jogos e, da cadeira da Curuzu, vi meu time ser bicampeão brasileiro. Em 2015, no documentário Paysandu – 100 anos de Payxão eu apareço nas telas do cinema contando justamente essa história que, a propósito, eu não escrevi neste texto, né? Então me assistam contando numa sequência do longa-metragem:


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *